domingo, 16 de junho de 2013

A realidade é mais forte que a demagogia em Itaberaí

Nem precisou completar 100 dias de governo para  o povo de  Itaberaí  perceber que o novo prefeito é totalmente despreparado para o cargo. Eleito em cima de promessas fantásticas, demagógicas, o novo chefe do Executivo Municipal já começa descumprindo o que prometeu em palanque. Achou que poderia vencer a realidade apenas sua retórica voluntariosa. Mas a realidade o pegou no contrapé e jogou no chão.
Disputando sob o número 28, o candidato eleito serviu-se dele para sua demagogia marqueteira. Dizia ele em suas peças de propaganda de Rádio e Carro de Som  que “Tapar buraco é 28... Cidade limpa é 28... Asfalto novo é 28... Mais saúde é 28... e por ai vai”.
A nova Desadministração Municipal já  completou mais de 160 dias  de  governo, e o prefeito não conseguiu ainda  limpar a cidade, não conseguiu tapar nem os principais  buracos ou seja pelomenos os maiores, temos fotografias que registram a equipe da prefeitura tapando buracos com entulhos, ( resto de construções, isso é uma vergonha para nossa querida Itaberaí. A cidade está na escuridão por falta de lâmpadas ( iluminação pública ) prometeu, em palanque, que no 1º mês da administração iria doar 300 Mil Reais para comprar material e equipamento para o Hospital Municipal, e não cumpriu o prometido. Não vai cumprir tão cedo.
Nosso prefeito é comerciante, dono de loja de roupas, a maior loja da cidade. Como tem sido bem sucedido como empresário, achou que, na prefeitura, também chegaria fazendo sucesso. Para ele, administrar o município seria tão fácil e tão simples como gerenciar uma empresa particular.
O problema desses empresários que se metem em política é que nunca sabem distinguir entre administração pública e empresa particular. O patrão manda e desmanda porque gere seu próprio capital, não tem contas a prestar. O empresário pode fazer tudo que a lei não proíbe. Mas o gestor, além de poder fazer tudo que a lei não proíbe; deve ainda fazer tudo que a lei manda. Esta é a grande diferença.
O empresário comanda. O Administrador público dirige. Por isso, deve possuir no mais auto grau aquela capacidade de mediar conflitos, ouvir opiniões alheias, refletir sobre as ações, identificar obstáculos e definir prioridades. Isto é política. E fazer política é exercitar a arte do possível. Dentro do universo estreito da iniciativa privada, do curto horizonte da pequena empresa individual, o proprietário pode até se achar um pequeno deus, onisciente e onipotente. Mas, quando colocado diante do desafio maior de gerir a coisa pública, estando sujeito a regras que só uma longa e amadurecida militância política permite compreender, o pequeno-burguês arrogante dá com os burros n´água. Acaba caindo na própria armadilha.

Nosso prefeito talvez não saiba, porque não lhe ensinaram, que ninguém governa sozinho. O capital do político não é o dinheiro que se investe na abertura de um negócio de comprar e vender coisas. Político com um mínimo de preparo sabe que, para atingir objetivos, é preciso articular apoio, aliar-se com outras forças, organizar base de sustentação, abrir portas em outras instâncias de poder. O prefeito não conta com nenhum deputado estadual ou federal que promova sua  administração junto aos governos Estadual e Federal. O único apoio que ele teve na campanha foi do Júnior Friboi, adversário do Governador Marconi Perillo. Um apoio de pouca serventia. Não por ser ele adversário do Governador, mas por ser outro representante dessa mentalidade arrogante que acha que fazer política é o mesmo que tocar venda.

Os companheiros da campanha foram abandonados. Nem os candidatos a vereador foram chamados para compor a administração. Parece que ele não tem noção da palavra “prestígio”, um valor primordial do fazer político, mas que nada significa para um balconista de loja.

Resta torcer para que ele aprenda, e aprenda rápido, os fundamentos político-filóficos da administração pública. Que ele perceba logo que um líder é seguido voluntariamente, pois tem a estima e a confiança dos seguidores; já o patrão manda por que é o seu capital que mobiliza recursos materiais e compra a força de trabalho. Quando ele aprender a diferença entre ser líder e ser patrão, se é que um dia aprenderá, talvez possa ser um bom prefeito.



sábado, 5 de março de 2011

Trabalhar em Open space

 Trabalhar num grande espaço, praticamente sem barreiras, e partilhá-lo com outras pessoas, nem sempre é fácil e exige bom senso e cordialidade da parte de todos.
Hoje em dia são cada vez mais as empresas que optam por organizar os seus espaços de trabalho em Open space, com todas as vantagens e desvantagens que isso acarreta. Criado inicialmente para promover a relação entre as pessoas, eliminando as barreiras físicas entre os diferentes departamentos, o trabalho em open  space  pode, ou não, ajudar a aumentar a produtividade, consoante o comportamento adotado por cada colaborador.

" O sucesso do open space prende-se com a poupança que essa opção representa para as empresas e também com o fato de servir para aumentar a responsabilidade de cada colaborador. Num opens space toda gente sabe quem chega atrasado, quem faz longas pausas para tomar um cafezinho ou fumar um cigarro ou quem sai mais cedo, o que acaba por retrair um pouco os comportamentos". Uma das principais dificuldades dentro de um open space é a convivência entre as pessoas, sobretudo quando os feitios colidem.

 Para ultrapassar essa situação "é preciso que todos façam  cedências e cumpram determinadas regras", penso que seria interessante criar também um regulamento ou código de conduta do open space, que "deve ser elaborado por todos os utilizadores do espaço e afixado nas áreas comuns. O grupo de trabalho pode ainda eleger um responsável pelo open space, que terá  como missão promover o respeito pelas regras definidas". Entre as principais regras de conduta que devem ser cumpridas por todos, destacam-se as que se referem ao ruído, à cortesia, à concentração, à utilização do espaço e à confidencialidade.

 No que ao ruído diz respeito, é fundamental tentar evitar tudo o que possa funcionar como fonte de perturbação para os colegas. " O som do toque do célular, por exemplo, deve ser mantido num modo discreto, as conversas ao telefone devem ser tidas num tom cordial e sempre que se quiser falar com um colega que se encontra distante deve usar-se o telefone interno ou ir até junto dele e não gritar". Por outro lado, deve manter-se um vocabulário adequado,  evitar conversas pessoais e não se intrometer nas conversas dos outros. É importante que todos se mostrem disponíveis uns para os outros, mas existem alturas em que a concentração é essencial, nesses momentos, o colaborador pode optar por trabalhar com headphones, porque a música, desde que num volume baixo, facilita a concentração e a abstração do que nos rodeia.

Em relação à utilização do espaço cabe a cada pessoa manter a sua mesa organizada. Além disso, as pessoas devem evitar comer no open space, sobretudo se se tratarem de alimentos com um cheiro intenso. Por fim, cada pessoa deve ter presente a regra da confidencialidade, sendo discreta e cuidadosa em relação a eventuais temas ou documentos confidenciais. Ao tomar em consideração todos estes aspectos, vai ver como se torna muito agradável trabalhar num open space.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Liberdade de expressão


No domínio da liberdade de expressão, a sociedade é hoje, atravessada por pulsões liberticidas que ameaçam os alicerces da democracia e do estado de direito.
Essas pulsões são provenientes dos mais variados setores sociais, mas confluem nas tentativas de calar ou limitar aqueles que ousam denunciar fatos ou situações anormais ou simplesmente exprimir a sua opinião sobre acontecimentos relevantes da vida pública.


Tentar compreender as causas ou as consequências de certas situações com evidente interesse público ou apenas divulgar esses fatos, torna-se uma tarefa arriscada desde que tal seja suceptível de pôr em causa interesses ou pessoas que se julguem acima do escrutínio democrático. Parece que o paradigma autoritário da ditadura cristalizou no subconsciente coletivo de onde irrompe sempre que alguém ousa cometer a audácia de exprimir o seu pensamento com liberdade.
Estabeleceu-se que há coisas que não se podem dizer, não porque sejam falsas, mas, justamente, porque são verdadeiras. Ou seja, quer-se proibir a verdade em nome de aparências, de moralismos ou de conveniências, por vezes as mais mesquinhas. Já se chegou mesmo ao ponto de querer impor o silêncio a certas categorias de pessoas unicamente para salvar a face de certos poderes. Pretende-se que cidadãos acusados por fatos cuja autoria sempre negaram sejam impedidos de rebater esses fatos na mesma instância onde foram feitas as acusações.
Tudo em nome da infalibilidade de quem os acusou ou condenou, mesmo quando, as acusações começaram por serem feitas na comunicação social, através de cirúrgicas violações do segredo de justiça, destinadas, precisamente, a criar artificialmente as condições necessárias à condenação. O último direito que se pode negar a um condenado é o de poder afirmar publicamente a sua inocência.

A liberdade de expressão do pensamento é o mais sagrado direito de todo o ser humano. Ele abrange três faculdades fundamentais: a liberdade de estar calado, a liberdade de elogiar e a liberdade de criticar. Numa outra perspectiva, ele desdobra-se em duas dimensões igualmente relevantes: o direito de divulgar fatos (informar) e o direito de exprimir as opiniões.

Num estado de direito democrático, o que verdadeiramente constitui a essência da liberdade de expressão é, obviamente, a liberdade de criticar o que se julga errado ou de divulgar fatos que se consideram de interesse público.
Aqueles que no exercício da liberdade de expressão optam por ficar calados ou apenas por elogiar o que consideram certo, reduzem esse direito fundamental a um mero instrumento de conveniências. A liberdade de elogiar ou de ficar calado existe em qualquer ditadura, pois envolve sempre um sentido obsequioso ou tolerante que não perturba nenhum poder.

Os ditadores nunca se preocuparam com os opositores que se remetem ao silêncio ou com os que optam pelo elogio. Eles sentem-se ameaçados é com os que escolhem o caminho da crítica ou da denúncia dos fatos que os poderes gostariam de ver afastados do conhecimento público. Muitas vezes, nem são as opiniões que perturbam os ditadores, mas sim, a verdade dura e crua dos fatos. Na realidade, certos fatos, desde que verdadeiros, são mais demolidores do que todas as opiniões do mundo. É que, uma vez trazidos ao conhecimento público, ninguém mais pode continuar a fingir que os não conhece e, pior do que isso, o silêncio perante eles pode tornar-se socialmente insuportável. Ficar calado perante certos fatos constitui, por vezes, uma forma qualificada de mentir.

Infelizmente, há muitos anos depois de instaurada a democracia no Brasil, o exercício efetivo da liberdade de expressão continua a debater-se com enormes dificuldades. Sempre que alguém ousa ir um pouco mais para lá do silêncio ou do elogio de circunstância, logo emergem, um pouco por todo o lado, pequenos censores cuja função é reprimir moralmente essa audácia. Execrar publicamente quem pratica a liberdade tornou-se hoje em nosso país, o desporto favorito de alguns opinion makers ou até de jornalistas encartados. Só eles se julgam com o direito de criticar. Aos outros restaria apenas o direito ao silêncio obsequioso ou o elogio reverencial.
São os novos guardiães dos velhos templos da hipocrisia institucionalizada. São os sátrapas da moralidade autoritária. São, enfim, fariseus amestrados nas artes do cinismo. Sentados nos cadeirões da sua soberba intelectual, eles lançam permanentemente fatwas contra quem não pactuam com a paz podre dos impérios que servem.